Avós precisam-se

            No ano europeu do envelhecimento activo os avós são cada vez mais requisitados para fazerem parte da educação dos netos. Assumem variadíssimas tarefas, desde ir buscá-los à escola a ir deixá-los às actividades extracurriculares como a natação e a catequese, desde ajudarem a fazer os trabalhos de casa a darem verdadeiras explicações...será que estão a fazer o seu papel ou o papel de pais?
            Infelizmente o nosso sistema não está bem feito e quem decide ter filhos tem de pensar muito bem antes de o fazer, aperceber-se se terá alguém a quem os deixar enquanto têm de trabalhar, pessoas como eu, por exemplo, avós ou empregadas. É verdade que quando vou buscar os miúdos ao colégio o que vejo mais são avós, mas também tenho ficado admirada por ver a quantidade de homens de fato a ir buscar os filhos, se calhar têm a sorte de saírem a horas decentes do trabalho...
            Voltando aos avós: hoje em dia são essenciais e imprescindíveis, ajudando em tudo o que podem, utilizam o tempo da reforma para voltarem a desempenhar as funções de pais, só que na realidade eles deveriam era ter simplesmente o lugar de avós...levarem os netos a passear, oferecer doces, contar histórias engraçadas, levá-los em programas diferentes e transmitir-lhes conhecimentos, mas não podem fazer simplesmente isso, porque alguém precisa de estar presente e educar as crianças, e se os pais não podem que opções sobram?
            Penso que os meus conseguiram contra-balançar as coisas, pois tanto me deram na cabeça como me divertiram, tanto me ensinaram coisas de matéria como me contaram enredos fantásticos, tanto me iam buscar à escola como me levavam a passear, tanto me obrigaram a comer a sopa como me ofereceram gelados...
            E os vossos avós? Que papel desempenharam nas vossas vidas?

Comentários

Sardine disse…
Descobri o teu blog e já sigo há algum tempo, mas é a primeira vez que comento. Ahh! Tens um excelente blog, parabéns! :)

Os meus avós não tiveram grande importância na minha infância...
São raras as vezes que estou com os meus avós paterno, portanto a relação não se desenvolveu tanto e fico um pouco tímida quando estou com eles... Não tenho aquela confiança.
Mas quando a minha avó materna teve a trombose, ia vê-la sempre que podia ao hospital e mais tarde a casa e eram muitos os dias, que saía de lá com as lágrimas nos olhos, por ver o seu sofrimento... E aí ficamos mais próximas... Mais tarde começou a fazer fisioterapia e inscreveu-se em todas as atividades que podia e sempre que vou lá a a casa é uma risota, já sei a quem herdei o lado cómico! Enfrentou a vida de cabeça erguida e isso faz dela uma grande mulher.
Quanto aos meu avós maternos, o meu avô não cheguei a conhecer com muita pena minha e fui criada em casa da minha avó materna, onde também vive os meus padrinhos e os meus primos. Ela vive numa aldeia, portanto a minha infância foi muito livre e feliz, no campo rodeada das ovelhas, que eu adorava ir levá-las ao campo... Mais tarde a minha mãe colocou-me num infantário perto do trabalho dos meus pais, mas continuava a ir a casa da minha avó todas as segundas-feiras à tarde, o que me deixava em êxtase!
Enfim, foi uma infância feliz, com avós, pais, irmã, primos, padrinhos e tios fantásticos! E ainda hoje, continuo a ter uma vida fantástica e feliz!

Desculpa o testamento!

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