A sobrevoar Nazca e a navegar em Paracas

 Toca a madrugar! Fomos para a estação de autocarros às 6h e partimos rumo a Paracas às 7h. Felizmente o autocarro era óptimo, com cadeiras largas e com espaço para as pernas, e até tivemos direito a mantas e almofadas. A viagem de 3h30 passou relativamente rápido porque fomos quase sempre a dormir. Um guia foi buscar-nos e levou-nos directamente para o aeroporto de Pisco. Apesar de o voo para vermos as Linhas de Nazca já estar pago, tivemos de pagar uma taxa aeroportuária. Entretanto o guia disse-nos que a nossa avioneta estava atrasada, por isso pedi-lhe para irmos a algum sítio comer qualquer coisa, pois tínhamos tomado o pequeno-almoço às 5h30 e só iríamos almoçar depois do voo, que não sabíamos a que horas seria. Fomos à procura de um café, mas Pisco é um pueblo muito pequeno, uma terra de pescadores, por isso relevou-se ser uma missão difícil! O guia lá descobriu um sítio que nos serviu pão com queijo e café, aliás, água a ferver e café instantâneo em pó. Depois regressámos ao aeroporto, o guia explicou-nos como seria o voo, dando dicas para não enjoarmos e uma espécie de mapa com os desenhos que iríamos ver do céu. 
 O passeio de avioneta durou cerca de 1h40 porque estávamos longe de Nazca. Uma vez lá, o voo torna-se algo "agressivo" para aqueles que enjoam facilmente, pois o piloto coloca a avioneta de lado, num ângulo de 45 graus, ora para o lado direito ora para o lado esquerdo, para todos vermos bem as figuras no deserto. O truque é quando não está virado para o nosso lado, ficarmos na mesma a olhar para a nossa janela, em vez de olharmos para a oposta (que está virada para baixo). São desenhos realmente impressionantes e que nos deixam a pensar no mistério de como foram lá parar, algo ainda não descoberto. No final a maioria dos passageiros ficou feliz por voltar a terra firme.



 Fomos levados para o hotel, que ficava na baía de Paracas, sendo que o nosso quarto tinha uma vista espectacular para o mar. Apesar de já serem 15h30 e não termos almoçado, decidimos tentar ir numa tour de buggy ao deserto, uma tarefa complicada porque o último horário era às 16h e a maioria das agências já não tinha disponibilidade. Fui persistente, continuei à procura na internet e a enviar mensagens no Whatsapp até ter uma resposta positiva. E lá fomos nós ao deserto!! Foi uma experiência radical que gostámos muito mais do que estávamos à espera. O condutor do buggy sabia o que fazia e levou-nos num passeio cheio de adrenalina pelas dunas, com muitos saltos que me fizeram gritar de emoção. Quando chegámos aquela que parecia ser a maior duna ele parou, para experimentarmos sandboard. O Luís saiu-se muito bem e eu mais ou menos, por isso depois desci sentada na prancha, muito giro! 



 Depois de 2h de muita adrenalina e diversão fomos deixados no hotel e decidimos jantar por lá porque o centro era longe e o restaurante do hotel parecia ser bom. Descobrimos que tínhamos razão e que fizemos uma boa escolha, pois comemos muitíssimo bem! Experimentámos conchas (vieiras) gratinadas com parmesão, o Luís comeu lomo saltado e eu outro prato de lomo acompanhado de puré, e para rematar em grande deliciámo-nos com um "vulcão de chocolate" que estava maravilhoso!
 No dia seguinte tivemos novamente de acordar cedo, mas desta vez a uma hora mais aceitável - às 7h, para termos tempo de comer antes de irmos no passeio de barco às Islas Ballestas. Infelizmente quando chegámos ao porto do hotel disseram-nos que as autoridades tinham proibido as embarcações de irem às ilhas, por causa do estado do mar. Para não ficarmos sem programa o hotel arranjou outro passeio de barco, pela baía, para observarmos as aves da Reserva Natural de Paracas e o famoso candelabro, um desenho gigante na areia (do género das linhas de Nazca), que também ninguém sabe explicar como apareceu.




 Depois do passeio de barco aproveitámos para relaxar até à hora de almoço,que foi novamente no hotel, pois iam lá apanhar-nos às 14h30 para nos levarem para a estação de autocarros. O nosso, para Lima, atrasou-se meia hora e depois a viagem durou 4h30, uma seca! Chegámos a Lima só às 20h e depois de esperarmos pelas malas, ainda apanhámos trânsito até ao hotel. Resumindo, foi uma tarde perdida em transportes. Jantámos no hotel porque tínhamos de nos deitar cedo, pois no dia seguinte o transfer ia apanhar-nos às 6h30 (não nos queriam mesmo deixar dormir!). 

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