De coração apertado a ouvir refugiados sírios
Ontem de manhã, em trabalho, tive a oportunidade de
reconhecer dois refugiados sírios que estão a estudar cá em Portugal, na
Universidade Europeia. Conseguiram vir para o nossos País graças a umas bolsas
que receberam, chegaram em Setembro e sentem-se muito bem recebidos.
Ouvir os seus testemunhos deixou-me com um aperto no
coração e a pensar que os nossos problemas não são nada comparados aos deles.
Um dos estudantes disse que tinha escolhido candidatar-se à bolsa porque já estava no segundo
ano de licenciatura e que quando terminasse seria obrigado a ir para o exército,
algo que queria evitar porque “who goes to the army dies”. Como já só lhe
faltava um ano para terminar o curso decidiu que tinha de sair da Síria e
deixar a família para trás...para poder sobreviver.
Sobre Lisboa diz que é uma cidade muito calma e
silenciosa, tendo estranhado não ouvir explosões nem tiros, algo que no seu
País era um barulho de fundo que fez parte do dia-a-dia durante cinco anos. Diz
que não quer voltar para a Síria, que quanto muito iria lá de férias, para matar
saudades da família, mas que tal não é possível…por isso integrou-se logo na
sua nova vida, tem vários amigos portugueses, já visitou muitas cidades e gosta de dar aulas de bateria (na Síria era professor, mas cá as
suas aulas têm de ser gratuitas porque não pode receber dinheiro por estar com uma
bolsa). Apesar de ter vindo de uma guerra, ter perdido muitos amigos e ter
ajudado pessoas que tinham sido vítimas de explosões, este jovem de 22 anos é
uma pessoa com uma presença de espírito espectacular, que quer ajudar todos os
refugiados que conseguir e que acredita que em Portugal “não há sírios e
portugueses, todos são pessoas, não há diferenças”. Fiquei feliz por saber que
foi bem-recebido naquela universidade e que está a gostar de viver no nosso
País.
Comentários